Hoje vou-te contar...
Algo que os olhos não vêm...
Algo que só o coração consegue entender...
Antes era só um sonho...
Era o mar
Quando a brisa me acariciava o rosto...
Sossegava...
Antes era só o mar...
Olhava-o
sentia-o
E sonhava
Hoje vou-te contar...
As minhas noites ...
As minhas madrugadas...
Só terminam num sonho...
Sereno....
E por fim adormeço...
Tranquila...
Hoje vou-te contar...
Algo que os olhos não vêm...
Que a saudade alimenta...
Que umas vezes me atormenta...
E outras vezes ilumina o meu ser ...
Hoje vou-te contar ...
Coisas que nem eu sei explicar...
(Desconheço autoria)
Teresa Santos
Soneto da separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Teresa Santos
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